[Carlos Maria Trindade]


Aqui, sózinha, sentada
Na sombra da tarde quente
Penso que não há mais nada
Que aquilo que está presente
Nada mais que o entardecer
Nada me parece urgente
Nada preciso saber
E respiro a luz poente
Vivo deste quase nada
Da lua no quarto crescente
Da memória sossegada
Do menos que permanente
Aqui, sózinha, sentada
À espera da madrugada
Penso que não há mais nada
Que aquilo que a gente sente